14 outubro 2017

Belo Horizonte, 7 de Maio de 2015


Hoje me lembrei de uma garota (normal e do avesso) que havia conhecido um tempo atrás.
Dentre tantas coisas sobre as quais conversávamos, ela me disse certa vez que escrever e ler ajudavam a preencher um desses vazios que ora se hospedam na alma da gente.
Nunca me contou muito sobre ela, embora às vezes fosse fácil ler um mundo em seus olhos. As únicas palavras que guardei foram para mim como sua biografia: "Difícil de ser descrita - eu sou aquilo que penso, questiono, acredito. Sou o que sou, e, talvez, um pouco do que os outros queiram. Carente de rima e métrica - não me encontro em dicionários. Perdida estou em meio a livros e palavras, dúvidas e sonhos. No tempo, no espaço. No final, não sei o que sou ou quem sou. Eu, somente e sozinha, nada sei."
De repente eu senti, no fundo, como se fóssemos iguais.
Talvez nem tenhamos mais gostos parecidos. Mas eu senti saudades dela.
Não sei por onde anda... vai ver foi apenas o Tempo que passou e levou aquela garotinha, transformando-a em adulta - e como faz com a maioria - roubou seus sonhos e tirou suas palavras.
Saudações, pequena.
Onde quer que esteja, fique bem!


A seguir, a Resposta, por Nágila Feber Santos


Me lembro dela constantemente.
Na minha ânsia de melhor conhecê-la, me apaixonava pela sua falta de rima e sobra de reticências.
Imensurável... Foi a palavra mais próxima que encontrei naquele dicionário velho. E ainda sim, essa palavra não preenchia.
Quem sabe ela está viajando. Ou quem sabe no mesmo lugar...